Parece que esse slogan que já estampou diversas campanhas e se tornou um ditado popular não condiz com a realidade ou, pelo menos, não pode ser visto de maneira generalizada.
Não que mereça ser crucificada como a única contrária a essa expressão, mas quem não se pode ignorar, nos últimos meses, quando o assunto
“desistência” é colocado em pauta é a atleta Fabiana Murer após o fiasco nos Jogos Olímpicos.
Saltadora renomada, campeã mundial e uma das grandes apostas de ouro para o atletismo do Brasil nas Olimpíadas de Londres 2012, Fabiana não conseguiu sequer passar pela etapa classificatória do salto com vara. Parece cruel tê-la como foco para críticas, mas, a maioria não pensou assim e não perdoou.
Até o ponto da desclassificação, mesmo estranho, é normal que um atleta passe por uma má fase e tenha um mau desempenho em uma competição.
Contudo, a grande decepção dos brasileiros e a razão da chacota da qual ela foi alvo depois disso, foi com os motivos que levaram a esse fiasco.
Alegando que as condições do vento não eram favoráveis, Fabiana que já havia se saído mal nos saltos anteriores, desistiu do último salto e abandonou a competição. Abandonar? O que aconteceu com o “brasileiro que não desiste nunca”? Ele estava com todos os dedos apontados e afiados criticando a atitude dela.
“O importante é competir” outra frase famosa, mas que mascara uma atitude de grande covardia.
Por que o importante é competir? Todos querem ganhar, se não fosse por isso, não estariam em uma competição. Acreditar e se esconder por trás de tal sentença é, em entre muitas coisas, um ato de mediocridade. Se contentar com o pouco, somente com o fato de estar ali é, indiretamente, mostrar que apesar de seu desejo de alcançar o objetivo, você tem noção da sua incapacidade. Em síntese: é se conformar.
Hoje, Fabiana é o alvo, mas, a verdade é que ela é só mais uma prova de que o orgulho dos brasileiros, o nosso orgulho, não está na grandeza de nossas realizações, mas na capacidade de insistir como se tal slogan fosse verdadeiro.