terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

DOCUMENTÁRIO - A vida no lixão


Trabalho de Antropologia dos alunos do 2° períiodo de Jornalismo da Faculdade CCAA. Imagens produzidas e editadas pelos próprios alunos no trabalho de campo realizado no aterro sanitário de Jardim Gramacho (em Duque de Caxias), o maior lixão da América Latina.

IMPRESSÕES PESSOAIS
Confesso que estava com receio de ir pra lá e, de forma altamente fútil, não sabia sequer qual roupa eu deveria usar pra ir a um lugar como esse. Muitas vezes hesitei por esse tema, mas como o objetivo do trabalho é exatamente fazer passar a fase do estranhamento, aceitei e fui.

Chegando lá me senti em outra cidade, beeeem diferente da cidade maravilhosa como chamam o Rio de Janeiro, a começar pela distância da minha casa e dos lugares que freqüento, me deparei com um lugar totalmente fora da minha realidade, nesse momento o interesse pelo tema apareceu.

Fomos andando pelas ruas de bairro molhadas, com muitos entulhos, até mesmo dividindo espaço com porcos enormes que deitavam e rolavam nas grandes poças de lama. O mau cheiro que para mim era notável, para os moradores daquela área parecia normal, e cada vez menos eu conseguia me imaginar vivendo em um lugar assim.

Fomos entrevistando moradores, visitando casas, conhecendo histórias e me dei conta do quão desigual é a nossa sociedade. Enquanto uma criança recusa uma comida pelo gosto ruim, outra depende de que seus pais trabalhem arduamente e, literalmente, catando lixo para, quem sabe, conseguir pagar um leite especial do qual precisa para viver.

Pois entrevistamos uma família assim e eles nos contaram que quando a criança fizer 2 anos, o governo vai parar de fornecer o leite que a criança precisa. A questão é: como uma família de mais de 5 pessoas, vai pagar 60,00 em uma lata de leite se, muitas vezes, essa quantia é o que eles ganham em um mês e precisam sustentar a todos na casa?

Talvez, se todos passassem por uma experiência como a que eu passei, de sair da frente de TV, parar de ver as desgraças e as carências sociais do país de forma externa, e fossem lá, para ver de verdade como é a situação nesses locais, perceberiam que há algo de muito errado.

Deixo para vocês a reflexão!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Loucas experiências

Verão, férias, tempo de viajar e voltar com as malas abarrotadas de histórias sejam elas boas ruins, engraçadas e/ou bizarras. Você pode ir para uma praia, para um sítio, para uma cidade grande, uma cidade do interior, para um local onde neva, um local vazio, cheio, agitado, tranqüilo, mas e quando vamos ao contrário dos nossos gostos? Quando uma pessoa totalmente urbanizada vai parar em um local totalmente rural e/ou vice-versa?

Devo confessar que isso aconteceu comigo e não foi muito bom viver “no limite”. Saí de uma metrópole como é o Rio de Janeiro e fui parar em uma cidadezinha do interior do Nordeste, onde mal sabia que estava para viver uma das experiências mais ‘selvagens’ da minha vida. Sabe quando você passa por uma estrada rodeada de mato e só vê casinhas a cada 10km e se pergunta como existem pessoas que conseguem viver assim? Pois é, eu fui para uma dessas casinhas e, de verdade, admiro a coragem dessas pessoas. Em 3 dias que passei lá, descobri que tenho muito mais medo de insetos do que eu imaginava e que há quem viva normalmente com isso. Quando chegou ao ponto de eu abrir a janela para espantar uma mariposa, entrarem em casa mais quatro, ou ao ponto minha mãe ter matado um escorpião que estava perto de onde íamos dormir, foi realmente desesperador e – admito – engraçado aos olhos daqueles que são acostumados com isso.

E o hábito de matar os animais? Ah, quanto a isso você tem que tomar muito cuidado com o que diz, pois se por acaso você disser “que vontade de comer galinha”, minutos depois, com certeza, alguém vai aparecer com uma galinha recém-abatida para cozinhar para você (é normal dos moradores do interior fazerem de tudo para agradar alguém da cidade grande, é uma simpatia natural). Pode parecer cruel mas não critico os que matam os animais (logicamente, quando é para consumo), até porque alguém tem que matar para que aqueles que não são vegetarianos possam comer, mas não é estranho você estar comendo alguma coisa e pensar que cerca de uma hora atrás essa ‘coisa’ estava viva? Se isso nunca aconteceu com você, acredite, não é uma situação muito confortável.

Mas tudo é uma questão de costume - uma questão cultural – e no momento em que você se depara com uma cultura totalmente diferente da sua, o estranhamento é inevitável. Mas ele dá e passa e depois disso, sem perceber você adquire conhecimento e ainda fica com várias histórias para contar.

E vocês, que histórias trazem na bagagem?