Trabalho de Antropologia dos alunos do 2° períiodo de Jornalismo da Faculdade CCAA. Imagens produzidas e editadas pelos próprios alunos no trabalho de campo realizado no aterro sanitário de Jardim Gramacho (em Duque de Caxias), o maior lixão da América Latina.
IMPRESSÕES PESSOAIS
Chegando lá me senti em outra cidade, beeeem diferente da cidade maravilhosa como chamam o Rio de Janeiro, a começar pela distância da minha casa e dos lugares que freqüento, me deparei com um lugar totalmente fora da minha realidade, nesse momento o interesse pelo tema apareceu.
Fomos andando pelas ruas de bairro molhadas, com muitos entulhos, até mesmo dividindo espaço com porcos enormes que deitavam e rolavam nas grandes poças de lama. O mau cheiro que para mim era notável, para os moradores daquela área parecia normal, e cada vez menos eu conseguia me imaginar vivendo em um lugar assim.
Fomos entrevistando moradores, visitando casas, conhecendo histórias e me dei conta do quão desigual é a nossa sociedade. Enquanto uma criança recusa uma comida pelo gosto ruim, outra depende de que seus pais trabalhem arduamente e, literalmente, catando lixo para, quem sabe, conseguir pagar um leite especial do qual precisa para viver.
Pois entrevistamos uma família assim e eles nos contaram que quando a criança fizer 2 anos, o governo vai parar de fornecer o leite que a criança precisa. A questão é: como uma família de mais de 5 pessoas, vai pagar 60,00 em uma lata de leite se, muitas vezes, essa quantia é o que eles ganham em um mês e precisam sustentar a todos na casa?
Talvez, se todos passassem por uma experiência como a que eu passei, de sair da frente de TV, parar de ver as desgraças e as carências sociais do país de forma externa, e fossem lá, para ver de verdade como é a situação nesses locais, perceberiam que há algo de muito errado.
Deixo para vocês a reflexão!