sexta-feira, 15 de julho de 2011

A imagem do herói

Parte 2 da série de 3 textos que compõem uma análise crítica do livro Carnavais, malandros e heróis, de Roberto DaMatta. Abordamos aqui a temática do herói, a necessidade de se criar e cultuar uma imagem como essa.


A imagem de uma pessoa com ideais humanitários aliados a princípios nobres, como a coragem e a solidariedade, transmitida por um herói desperta a esperança da mudança da realidade. Há quem viva na espera daqueles poderosos que irão lutar pelo bem comum, propiciando a ela condições de vida mais dignas, como um sistema de saúde público de qualidade e oportunidade de estudo e de crescimento profissional, frutos de políticas sociais eficientes comandadas por autoridades honestas e empenhadas.

A violência, fruto principal das divergências sociais, atinge ricos e pobres. Milhões de inocentes não seriam vítimas de balas perdidas, seqüestros relâmpagos, exploração infantil, guerras do tráfico e outras barbaridades se existissem aqueles que zelassem por sua segurança, por combaterem fortemente a injustiça e a impunidade, inclusive a dos políticos.

Diante do contexto atual brasileiro, a idealização de heróis é essencial para acreditar-se em mudanças efetivas. Mas deve-se acautelar para não confundi-los com pseudo-heróis, que por detrás da mascara de defensores da nação, só enxergam seus próprios interesses. Às crianças, que constroem suas personalidades espelhando-se em adultos, o princípio de solidariedade deve ser ensinado, porque são elas os possíveis heróis do futuro. Um Super-Herói é um mais que um entretenimento para uma criança, ele é um exemplo. Se ela entende o valor do ato heróico e do "bem", ela estará se posicionando no mundo como alguém que não fechará os olhos às coisas erradas. Ela crescerá com os olhos mais 'justos' e a seu modo fará a diferença.

... no próximo (e último) texto baseado nesta obra de Da Matta, falaremos do famoso bordão "você sabe com quem está falando?"

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