
Em uma pesquisa feita pela MTV, com 2.359 jovens de sete capitais, foi provado que a juventude brasileira é bem exigente consigo mesmo quando o assunto é aparência. Calças caras, celulares de última geração, bolsas com preços altíssimos, além da fortuna paga com produtos de beleza e intervenções cirúrgicas, são alguns gastos que os jovens de hoje não abrem mão.
Na pesquisa, onde foram listados dezesseis adjetivos que poderiam definir a juventude atual, mais de 30% dos entrevistados apontou “vaidade” como característica básica, seguida por “consumo”.
"Não posso entrar em um shopping. Compro até acabar meu dinheiro. Tenho quinze pares de tênis, mais de 25 jaquetas e 37 calças jeans, embora só use cinco. Minha mãe fica louca. Ela é psicopedagoga, socialista, super ética. Nada perua. Eu sou consumista por mim e por ela”, diz Guilherme Salsarella, 18 anos, estudante de Arquitetura.
Há quem ache esse hábito de gastar compulsivamente, um grande absurdo, porém, especialistas como o publicitário Luiz Alberto Marinho – perito em tendências de consumo – afirmam que este tipo de comportamento é bastante normal: "O Brasil é uma nação emergente. Países nessa situação, assim como pessoas, tendem a valorizar ou exagerar hábitos de consumo, em especial os que denotam poder e riqueza".
Mas não são apenas os bens materiais que os jovens estão trocando com freqüência, dados da pesquisa mostram que 76% dos jovens já “ficaram” com mais de uma pessoa na mesma noite e que os namoros de hoje em dia, não duram tanto quanto os de antigamente. Na visão da psiquiatra Carmita Abdo, em síntese, o jovem deseja tudo que é novo e preza pela quantidade. "Esse tipo de comportamento reforça a constatação de que os jovens hoje têm uma ânsia muito grande pela novidade e, principalmente, pela quantidade", diz ela.
Mais do que um consumismo exacerbado, isso é uma prova clara de que um dos maiores anseios dos jovens é ter o “poder” da ostentação e não, que ele realmente precise de tudo aquilo que compra.
- “Alguém tem que ceder”
Onde o consumismo deixa de ser um simples capricho e passa a ser um problema
E os pais? Como agir quando um filho pede, por exemplo, um casaco de 780,00? Dizer um “não” imediato seria a solução?
Para os que não têm condições, essa resposta é clara e evidente. Contudo, há também aqueles que têm capital para bancar esse tipo de luxo, ainda assim os pais devem ceder? Vale lembrar que o mundo é cheio de frustrações, e ceder a toda e qualquer vontade dos filhos, não é uma boa maneira de prepará-lo para encarar esse mundo.
"Corremos o risco de ter uma geração de pessoas ansiosas e insatisfeitas", explica a psicóloga Helena Lima. No entanto, o desejo de um jovem por algo pode não ser apenas para exibir, e sim, para que ele seja aceito em um determinado grupo. Na classe alta, isso é mais comum do que se imagina. Cabe a esses pais, verificar a real intenção do pedido e usar de seu discernimento para decidir se atende ou não.
Texto criado com base na matéria "Geração Vaidade" da revista VEJA.
Verdade que o consumo exagerado é cada vez mais comum entre os jovens, mas isso não é uma atitude exclusiva deles. O brasileiro em geral tem mania de "ter".
ResponderExcluir